Durante o próximo mês, vou postar reflexões feitas (ou rascunhadas) em outros cantos da internet. Este texto foi originalmente postado em meu Facebook pessoal em 8 de julho de 2020, à época que foi noticiada o diagnóstico de Corona de Jair Bolsonaro
Na primeira semana de julho de 2020, Jair Bolsonaro revelou que está infectado com o novo Coronavírus. Um resultado que não era inesperado por nenhum de seus críticos, inclusive eu (quer você acredite em karma ou lei da atração, se não os dois, isso era uma inevitabilidade). Seja pelo seu famoso discurso sobre a "gripezinha" que era o Corona, ou por sua retórica pouco empática para com o povo brasileiro, era fácil perceber que Jair não tinha muito respeito pela ameaça que é o vírus. Seu discurso de minimização da Pandemia só voltou para mordê-lo nos fundilhos. Embora eu entenda bem a catarse do estar certo (pode acreditar, eu entendo bem kkk), a resposta ao diagnóstico de Bolsonaro, não surpreendente, mas bastante triste, são os votos de "get well never" a Bolsonaro e a torcida para que o novo Coronavírus o mate, só trazem a tona os sintomas dos velhos vírus da ignorância e da falta de empatia. Como disse, não é inesperado que a atitude de Bolsonaro gere exatamente estas reações, mas cabe discutir o papel que o discurso das lideranças tem sobre nosso modo de pensar e, mais importante, qual a nossa responsabilidade quando encaramos o tipo de intolerância demonstrado pelo Jair.
Bolsonaro ter sido infectado pelo Corona não é uma vitória para ninguém, muito menos às pessoas que continuam vulneráveis ao vírus por suas medidas autocráticas (como limitar o acesso à máscaras, e apoiar publicamente o uso de um medicamento sem nenhum respaldo científico). O problema não é o Bolsonaro enquanto pessoa, mas enquanto efeito. O vírus que Bolsonaro está e vai continuar transmitindo, se assim permitirmos, não é o Corona, é a idiotice.
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